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Afinal, o que é essa tal felicidade?

Atualizado: 21 de nov. de 2020

Vários Filósofos já tentaram responder a essa pergunta de valor incalculável:

O que é a felicidade?

Cada um de nós que tentar responder dará uma resposta singular e individual.


Existe uma caracterização de que a felicidade nada mais é que ter saúde, amor e dinheiro suficiente. Basicamente aquele ritual de passagem de fim de ano, onde cada um escolhe uma cor de roupa que contém seus significados, porém, nada mais é do que a cor de uma vestimenta.


Desculpa gente, mas isso é tipo acreditar em Papai Noel.


Mas essa é uma questão que aflige o ser humano há tempos. Rebobinando a fita (muitos nunca viram na prática o significado dessa expressão. Rs) e indo lá para a Grécia Antiga, berço da curiosidade humana, esse tema fez parte de uma das primeiras reflexões filosóficas sobre ética e perseguiu (e ainda persegue) filósofos desde então. Não sou letrada em Filosofia, mas sou uma observadora da vida, então segue na viagem aqui da tia.

A citação mais antiga que existe sobre o assunto é um fragmento de texto de Tales de Mileto que viveu entre o fim do século 7 a.C e começo do 6 a.C. De acordo com Tales é feliz “quem tem corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada”.

Com isso em mente e aludindo aos tempos mais remotos, a história mostra que nossos antepassados se exercitavam muito mais do que nós hoje em dia pois tinham que caçar, andar quilômetros a pé entre outras coisas. Com isso, o cérebro produzia mais serotonina, conhecida como o hormônio da felicidade. Dito isso, pode-se fazer um paralelo entre o que Tales disse e o que vivenciamos atualmente?


Demócrito de Abdera, acreditava que a felicidade era “a medida do prazer e a proporção da vida” e, somente deixando de lado as ilusões e os desejos, o homem alcançaria a serenidade e a filosofia seria um meio de ajudá-lo nesse processo.

Sócrates, deu um 360º à consciência da ideia de felicidade, na sua visão ela não estava apenas ligada à satisfação dos desejos e necessidades do corpo, porque no seu entendimento o homem não era tão somente o corpo, mas alma também. Sendo assim a felicidade era o tesouro da alma e só seria alcançada com uma conduta virtuosa e justa. Para o filósofo, passar por uma injustiça era mais sensato do que praticá-la e, por esse motivo, não se acovardou diante da condenação à morte por um tribunal ateniense certo de estar sendo justo. Bebeu a taça de veneno que lhe impuseram e parecia feliz aos que assistiam seu fim.

Platão, considerado o maior discípulo de Sócrates, levou o trabalho do seu mestre adiante e seguiu a ideia de que a função da alma é ser virtuosa e justa, sendo assim se você exercer a virtude e a justiça, obtém a felicidade.


Aristóteles julgava que, como seres racionais que somos, felicidade era o exercício do pensamento. Ele também considerava a política um prolongamento da ética e, nesse sentido, era função do Estado criar meios para o cidadão ser feliz. (Vale uma profunda reflexão acerca da visão de Aristóteles.)


Pulemos uns bons anos e vamos ao que Kant (1724- 1804) dissertava sobre a felicidade.


Para ele, a felicidade está na esfera do prazer e do desejo, não a relacionando com a Ética e, desse modo, não possui interesse à investigação filosófica. Seu discurso foi tão expressivo que, depois dele, a felicidade simplesmente sumiu das obras das escolas filosóficas que vieram posteriormente.


Não vou citar aqui todos os pensadores até porque são muitos e acredito que essa introdução possa aguçar a bisbilhotice de vocês e procurar mais sobre o tema, afinal, como disse Hamlet em uma peça de Shakespeare, "Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia".


Uma curiosidade que deve ser dita é que em alguns períodos, como o pós Kant (pois houveram outros antes dele), a felicidade sumiu do âmbito filosófico. De acordo com o filósofo espanhol Julián Marías (1914 – 2005) que também se debruçou no tema produzindo um livro chamado “A felicidade humana” onde ele estuda a história dessa ideia, da Antiguidade até hoje, destacando que a falta da reflexão filosófica acerca da felicidade no mundo contemporâneo talvez seja um sintoma de como esse mundo anda muito infeliz.


Agora vem a parte onde essa que vos escreve começa a filosofar.


Há um ditado popular que diz que dinheiro não traz felicidade e já ouvi uma continuação que é, "mas manda comprar".

Será que podemos comprar felicidade? O que vocês acham?

Hoje em dia nota-se uma crescente gama de cursos e workshops sobre a felicidade. Mas ninguém pode ensinar, você é o seu próprio mestre.

Na minha opinião, nós não somos felizes.


Vivemos pequenos momentos de felicidade. Agimos como se fôssemos felizes o tempo todo porque hoje em dia parece ser proibido não ser feliz. Não ser feliz não significa ser infeliz. Estamos em um estado neutro. Felicidade para mim é receber uma notícia boa de alguém que eu goste, é sair e olhar o céu, é sentir o vento no rosto, é tomar um sorvete gostoso, é aprender algo novo, se arriscar a fazer algo diferente e que te tire da zona de conforto. São pequenas coisas. E é por isso que nossos momentos de felicidade são breves e devemos aproveitá-los na sua maior intensidade.

Conversando com um bom amigo para tentar organizar melhor o meu viés acerca da felicidade ele me disse que "Talvez a jornada seja a felicidade e ninguém sacou ainda." e fiquei com essa frase martelando na cabeça.


Que tal parar de buscar felicidade em livro de autoajuda e vídeos motivacionais e viver um pouco?

Observe ao seu redor, olhe para sua caminhada até aqui e reflita se já fez ou faz algo que julgue significativo. Talvez a nossa jornada seja de fato a felicidade, mas ficamos tão alienados em busca dela que esquecemos de aproveitar essa incrível felicidade que é estar vivo, mesmo que tenhamos nossos momentos neutros ou infelizes. Feliz daquele que tira proveito de todos esses instantes e aprende com eles pois, quem sabe, pode ele ser de fato o feliz.

Concluindo, seja insano, curioso, criativo.


Se aventure por mares nunca navegados.

Seja experimentador.

Faça como o Simba do Rei Leão, "ria na cara do perigo", mas com moderação.

Vá pra Bolívia andar de bicicleta na Estrada da Morte (uma amiga minha foi e voltou viva!).

Se declare para aquele contatinho.

Não espere a felicidade te agarrar, chegue na frente e a agarre primeiro.


Porque para mim a felicidade continua sendo fugaz, então desfrute, viva, porque a vida é apenas um sopro.


OBS: Será que rola um debate sobre essa reflexão nos comentários? Estou curiosa para saber o que pensam!


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